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segunda-feira, 5 de março de 2012

MUSEU EUGÊNIO TEIXEIRA LEAL - PROGRAMAÇÃO DE MARÇO


História, Patrimônio e Educação

Eliene Dourado Bina [1]

Desde sua implantação o Museu Eugênio Teixeira Leal/Memorial do Banco Econômico evidenciou para a Bahia e para os baianos a sua vocação contemporânea e ativa, transformando-se ao longo das últimas décadas em uma autêntica casa de cultura.
Integrado por esse Museu, juntamente com a Biblioteca Inocêncio Marques de Góes Calmon, Cine-Teatro Francisco de Góes Calmon, Galeria Francisco Sá e o Arquivo Histórico, o museu/memorial gerou e disseminou a arte, educação e cultura em um ritmo diferenciado do predominante em instituições congêneres em nosso estado.
Ordem N. Sr. Jesus Cristo
(peça do acervo)
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Prédio Sede do
Museu Eugênio Teixeira Leal /
Memorial do Banco Econômico

Imperial Ordem da Rosa(peça do acervo)
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Em dezembro de 2009, este Museu/Memorial comemorou 25 anos de funcionamento e 50 anos da Fundação Econômico Miguel Calmon, sua mantenedora, por meio de várias ações. No dia 11/12, ocorreu o lançamento oficial de duas séries de Selos Personalizados, pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, referentes a estas efemérides. Esses selos foram concebidos com estampas com poucos elementos, porém, o suficiente para a composição de uma identidade visual marcante para essa comemoração, e que retratem a história desta Fundação e deste Museu/Memorial, desde sua criação.
Nessa ocasião, também foram homenageadas autoridades que muito contribuíram para o desenvolvimento das ações educativas e culturais do Museu/Memorial, que são o Procurador-Chefe da Procuradoria da República na Bahia, Danilo Pinheiro Dias; Deputado Estadual Álvaro Gomes; Delegada Titular da DELTUR, Maritta Souza e Cristóvão Ferreira Junior.

Deputado Álvaro Gomes mostra
a medalha recebida

Dra. Maritta Souza agradece a homenagem
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Dr. Ângelo Calmon de Sá discursa
no lançamento do selo

Fábio Andrade, criador das estampas, mostra
os selos carimbados e assinados por ele

No dia 17/12, outra cerimônia comemorativa com o lançamento e autógrafos dos volumes 1 e 2, do programa Memória da Bahia. Trata-se da publicação de palestras realizadas entre 1985 a 1995, sob a coordenação do Prof.º José Calasans, à época chefe do Arquivo e da Biblioteca. Esses livros constituem registro dos usos, costumes, saber e fazer dos baianos especialmente no século XX. Portanto, essa edição representa o resgate da memória e o fortalecimento da identidade regional tornando-se fontes de pesquisas sobre a diversidade dos temas abordados.
A realização desse lançamento contou com o apoio decisivo da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia, na pessoa do seu presidente, deputado Marcelo Nilo, que vislumbrou a importância e alcance que esses livros terão. Assim viabilizou a publicação dos cinco volumes, sendo que os outros três ficarão para o próximo ano. Esta atitude presenteia a Bahia com uma obra inédita, relevante, que muito contribuirá para estudos de uma diversidade de aspectos e fatos que constituem a história econômica, social, política e cultural deste Estado. Estas palestras são de valor inestimável tanto pelos assuntos tratados, quanto pelos palestrantes ilustres que compuseram esse programa.

Dr. Ângelo Calmon de Sá faz os agradecimentos à Assembléia Legislativa
pelo patrocínio dessas publicações

Luiz Carlos Ribeiro entrega a Délio Pinheiro
a Medalha Eugênio Teixeira Leal.
Ao lado Dr. Ângelo Sá

Clarindo Silva e Mário Mendonça, autores de alguns capítulos, autografam as obras

equipe do museu prestigia o evento
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Esse material produzido pelas palestras e história oral ficou preservado, em fitas cassetes, neste Memorial, por cerca de 20 anos. Merece registro o profissionalismo de seu corpo funcional que se impôs à missão de conservá-lo. Para editá-lo foi agrupado em cinco eixos temáticos: 1, Patrimônio, Arquitetura, Urbanismo e História de Salvador; Religiosidade; 2, Arte, Literatura e Fala Pelô (outro programa de oralidade a partir da coleta de depoimentos de antigos moradores, comerciantes e líderes comunitários e religiosos), agora publicados; 3, Economia, Comércio e Finanças de Salvador; Política; 4, Mulher; Personalidades da Nossa Bahia; e 5, Meu Pai; Meu Mestre; Minha Terra, que serão lançados em 2010.
Esta publicação reverencia dois cidadãos. O doutor Ângelo Calmon de Sá pela sensibilidade e dedicação à arte, à cultura, à educação e à inclusão social – esta, especialmente nas décadas de 1970 e na seguinte, quando este termo ainda não era tão disseminado – demonstradas por meio de diversas ações praticadas, tanto como pessoa física quanto jurídica, através do Banco Econômico, com dotações orçamentárias ao Projeto Guia Mirim, Obras Sociais Irmã Dulce, Esportes e Museu Carlos Costa Pinto, dentre muitos outros.

Visita Monitorada

Oficina de Pintura

Painel Interativo
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Atendimento e monitoria de portadores
de necessidades especiais

Entretanto, de suas ações culturais uma de grande relevância, devido à abrangência e durabilidade ocorreu com a implantação, manutenção e preservação deste Museu Eugênio Teixeira Leal/Memorial do Banco Econômico, instalado no Pelourinho, coração do Centro Histórico de Salvador, das 365 igrejas, ícone maior da diversidade étnica, religiosa e cultural da Bahia, e Patrimônio Histórico da Humanidade, declarado pela UNESCO, em 1985. Cenário que o Banco Econômico contribuiu para a preservação e disseminação através deste memorial, antes mesmo do início da reforma arquitetônica que o Pelourinho vem passando, desde a década de 1990.
O professor José Calasans pelo inestimável legado de realizações que deixou – projetos diversificados de intercâmbio e propagação da cultura baiana e de resgate da história e da memória de cidadãos que residiram neste Centro Histórico, bem como, de instituições aqui existentes – por meio do programa História Oral. Um desses projetos, o Memória da Bahia, consubstanciado em cerca de uma centena de palestras, decorrente do registro de palestras proferidas por especialistas, expoentes nas áreas da política, economia, religião, sociedade, medicina, arquitetura e cultura baianas, já mencionado acima.
Cumpre registrar que esta instituição já nasceu sob a égide da educação. Esteve, sempre, pautado pelo desenvolvimento de ações educativas e sócio-culturais, como o Programa Museu-Escola, direcionado a escolas e universidades, públicas e particulares, ao patrocínio e realização de cursos, palestras, seminários, oficinas, concursos, projeção de filmes, exibição de vídeos, exposições temporárias e itinerantes, publicação e lançamento de livros.

AEIOUtubro - Criança, Cultura e Cidadania
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Pré-estréia de Cidade de Deus, em 2001, seguido de debate com Fernando Meireles

Moral da História

Varal Cultural

E o Memorial do Banco Econômico continua ativo. Atualmente, com a missão de contribuir para a preservação, a difusão e a apropriação do patrimônio cultural, aplicando ações museológicas e atuando como referencial para o exercício da cidadania desenvolve o AEIOUTUBRO – Criança, Cultura e Cidadania, projeto lúdico-pedagógico realizado, anualmente, em comemoração ao Dia da Criança; Edital de Exposições Temporárias, que visa a democratização e equidade de acesso à pauta de mostras na Galeria Francisco Sá; Inclusão Socio-Digital, para propiciar a familiarização do público menos favorecido cultural e economicamente com as novas tecnologias da informação; Moral da História, debate sobre valores éticos e morais através do cinema; Passaporte do Futuro, para capacitação de jovens monitores de museus; Programa Museu-Escola, atividade consolidada pelas redes de ensino, públicas e particulares; Ritmos e Ritos Populares da Bahia, valorização e disseminação das tradições e manifestações populares baianas; Semana de Museus, apresentação de expressões culturais variadas; Varal Cultural, incentivo à leitura.
Essas ações foram e são desenvolvidas, de forma intensa e regular, buscando atender à comunidade do Pelourinho, de Salvador, Região Metropolitana e Interior do Estado, por meio desses projetos e programas. O alcance dessas ações educativas, ouso afirmar, chegou mesmo a superar as expectativas do doutor Ângelo Calmon de Sá, e do professor José Calasans, – personalidades a quem rendo homenagem pelo muito que realizaram (lato sensu) em prol da cultura da Bahia – ultrapassando o seu objetivo primordial de preservar a história sesquicentenária do Banco Econômico da Bahia. Afinal, desde que 171 cidadãos de Salvador fundaram Caixa Econômica da Bahia, denominação do Banco Econômico, àquela data, 13 de julho de 1834, a instituição esteve presente econômica, cultural e socialmente, em todos os fatos importantes ocorridos neste Estado.

layout dos Selos Comemorativos

Portanto, o Memorial do Econômico cumpre a sua função social e colabora com diversos segmentos e classes sociais, além de preservar a memória e a história da Bahia, por mais de duas décadas. Enfim, este Museu/Memorial comemora seu Jubileu de Prata de cara nova, consolidada como um museu educador social, que efetivamente propicia a inclusão social. Neste período de funcionamento, ininterruptos, foram relevantes os serviços educativos e culturais prestados à cultura da Bahia, em especial à comunidade do Pelourinho, e residentes da Favela Nova Esperança, através programas de incentivo à leitura e da inclusão digital.
Assim, a interação com a comunidade superou a assimetria entre o acervo, o espaço museal, e a sociedade, abrindo a rica história do Banco Econômico da Bahia e das eminentes famílias responsáveis pela instituição não apenas para os integrantes dos extratos mais altos da sociedade baiana e os turistas. Portanto, o Memorial do Econômico cumpre a sua função social e colabora com diversos segmentos e classes sociais, além de preservar a memória da extraordinária casa bancária, criada pelos 171 cidadãos, há mais de um século e meio.

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[1] Diretora do Museu Eugênio Teixeira Leal/Memorial do Banco Econômico; Membro do Comitê Gestor do Sistema Brasileiro de Museus – IBRAM/MINC; Vice-Presidente do Conselho Federal de Museologia; Membro do Conselho Consultivo do Patrimônio Museológico – IBRAM/MINC; Membro do Cluster de Entretenimento, Cultura e Turismo da Bahia, incubadora CULTURA; Grupo de Estudo Sociaprende – Educação em Valores para a Democracia.

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