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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Educação na Bahia: teoria longe da prática nas escolas e nas universidades (ou os centros de hipócritas)

Hoje, apresentamos com muita satisfação, nosso colega de profissão o Prof. Jorge Amorim, como colaborador do Turismo e Afins.
Seja bem vindo professor, o espaço agora também é seu, e saiba que pra gente é um prazer imenso tê-lo conosco para trocarmos figurinhas e trazermos reflexões afins, neste espaço!!
Rafaela e Ana Carla

Comecemos esta nossa confabulação, se a cara leitora ou o caro leitor permitir, pelas escolas, cabendo-nos identificar as realidades daqui, do mundo das letras, nas realidades cotidianas. Será que estas já foram vistas pelo senhor ou pela senhora? Vamos lá.

Certo tempo atrás, uma professora graduada em história que havia lecionado como professora contratada em uma escola estadual do ensino médio, ministrava em suas aulas críticas intelectuais contundentes contra o sistema governamental e seus influxos no âmbito educacional, amparando-se em autores marxistas (embasados em Karl Marx) e de linha esquerdista.

Tendo realizado inscrição para participar de um processo seletivo visando uma vaga no quadro de docentes na mesma escola que prestava seus serviços como contratada, a professora recebeu as congratulações após ser aprovada para lecionar em uma unidade escolar distante quilômetros de onde morava.

Chegávamos a 1998, então ano eleitoral para presidente da república, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. A docente “esquerdista”, a qual bradava “contra o governo”, havia dado entrada à solicitação de remoção (transferência) da recôndita cidade para a sua, onde habitava com a família.

Como ela era próxima de um prefeito, o qual era ligado a um forte deputado estadual aliado do governador, e como estes últimos se candidataram à reeleição, sem dizer à ninguém (?) ela foi até o chefe do executivo municipal “direitista” pedir para que ele “ajudasse” pedindo ao deputado estadual a sua remoção. Resultado? Remoção concedida. E votos obtidos, é óbvio.

Citando outra situação – real mesmo! –, agora em uma universidade, ouvimos um horror dantesco proclamado e defendido por uma coordenadora de um curso superior.


 Para o caro leitor ou a cara leitora, que ora debruça seus olhos sobre estas palavras, como denominaríamos o ato de um servidor “requerer” que um documento oficial seu sobrepujasse aos de outros enfileirados através de um conhecido seu que trabalha no órgão?

Cinco segundo para pensar... Vejamos bem uma coisa, antes da resposta. Se a educação é a porta de abertura para transformação de mentes, tornadas assim por debates em torno de textos profundos, o que dizer de uma acadêmica reproduzir o “tráfico de influência” – olha a resposta aqui! – no setor público, seja a professora de ensino médio de linhas atrás, seja a coordenadora?

O que fica entendido é que, enquanto na teoria a defesa é por uma platónica sociedade perfeita de “vida virtuosa e sábia”, conforme diz o autor grego de “A República”, na prática vícios como favoritismo, tráfico de influência e outros carcinomas conservam-se estruturadamente fortes por quem, no seio acadêmico, diz- se crítico.

Seria hipocrisia? Este termo, que inaugura esta nossa coluna, teria sido colocado com certo peso? Com exagero? Ou se ele harmoniza à realidade, por qual razão seria erro utilizá-lo? Ficam as questões.

Texto:Jorge Amorim (amorimdoporto@hotmail.com)

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